segunda-feira, 23 de agosto de 2010

saudade da menininha.

tem dias que eu quero escrever mas as palavras insistem em fugir. e nenhuma delas expressaria toda a minha angústia e tudo isso que fica sempre preso aqui dentro. quero falar, quero colocar pra fora mas tem hora que não posso me render à caprichos como esse. tenho que ser forte, tenho que ser a base de todo um edifício grande e tão alto, que exerce uma força inimaginável sobre mim. um peso de uma família toda nas costas e não dá pra fugir de tudo porque tem pessoas que dependem de mim. como eu queria poder sumir sem que ninguém sentisse a falta, sem que ninguém perdesse o chão. ser o chão de alguém, o apoio e a única coisa que lhe sobrou é mais difícil do que eu pensava. soa lindo e generoso, até mesmo maduro demais pra uma menina de 16 anos, mas não é bem assim. há toda uma responsabilidade nos meus ombros, um dever, uma obrigação. ano de vestibular, crises familiares, pessoas de fora que te deixam nervosa com tantas coisas pequenas e supérfulas. é tanta coisa na cabeça, na vida, no coração, que as coisas boas que tenho recebido não conseguem me deixar feliz, e olhe que são coisas tão boas que em outros tempos estaria com aquele ar de "não me preocuparei com o que não me faz bem". mas agora não, não dá pra ser egoísta e ligar o foda-se pra algumas coisas. outras até dá, e foi isso que eu fiz porque realmente há coisas piores na vida, e problemas assim com o tempo se resolvem - ou não. eu peço a Deus todos os dias que me dê fé pra encontrar cada vez mais força dentro de mim, que por mais que eu tenha força ela não parece ser suficiente pra aguentar tudo desabando nas costas. eu preciso de coragem, eu preciso de motivações mais fortes. preciso passar no vestibular, preciso ir embora logo, preciso acalmar o clima tenso aqui e preciso dar um jeito de ser bem mais que tudo isso em minha volta. eu encontro saídas mas elas parecem tão distantes, parecem nunca estarem perto. e isso machuca. sorte a minha de ter encontrado pessoas maravilhosas no meio do caminho, de ter conhecido um porto tão seguro que talvez eu nunca conheceria. eu agradeço, e vejo que não estou sozinha. e que o alívio de todo esse peso é porque tem gente do meu lado que não fica indiferente aos meus problemas, que tem gente que me escuta e me diz que vai ficar tudo bem, e me mostra que tem mesmo como dar tudo certo. e o melhor de tudo é olhar aqui dentro de mim e ver que hoje eu sou uma pessoa bem diferente, é escutar de pessoas distantes como eu me tornei madura em tão pouco tempo, é ver olhares surpresos com tudo o que sai da minha boca. é saber que eu consegui, eu venci, de alguma forma, tudo que me feria. tudo que machucava tanto, hoje é apenas uma cicatriz pequena e quase indolor. me tornei seca, indiferente e posso até dizer cruel, mas não me importo em ser tudo isso. porque me sinto forte pra suportar tudo que preciso hoje. quem sabe algum dia eu volte a ser a menininha de antes. é, quem sabe.. eu até sinto saudades dela, vezenquando só.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

jogo.

a vida te surra mesmo quando você acredita não haver dor maior no mundo. mas há, sempre há dor maior que a que se sente momentaneamente. e quando você descobre que há dores maiores, que há problemas bem maiores.. aqueles de pouco tempo atrás se tornam insignificantes e talvez até ridículos que te causam algumas crises de riso, que quem sabe até te ajudem a aliviar a nova dor. e é assim a nossa vida, a gente segue em frente, sempre tropeçando em uma nova dor, maior e com um novo aprendizado nela. você vive, você sofre e você aprende as regras desse jogo finito que é a vida. e nele, na maioria das vezes, não dá para pedir licença e sair do jogo. não dá pra parar tudo e começar de novo. não dá pra eliminar participantes indesejáveis. não dá pra você escolher quem fica e quem sai. porque todos ficam de uma forma ou de outra, ainda que tudo seja uma lembrança. e quando vira lembrança é porque virou algo ruim. lembranças raramente são boas, as que guardo aqui tem uma certa mágoa pregada em cada uma delas. afinal, se não fosse ruim, não seria lembrança: seria presente, literalmente. e é assim, há sorte e azar no jogo, quando se trata da vida as coisas não são tão diferentes.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

saudadezinha.

sempre vai ter um pouquinho de você aqui dentro. sempre vai bater aquela saudade gostosa e aquele sentimento bom no peito quando eu olhar uma foto sua em sua nova vida e saber que você tá bem assim, que sua vida tá boa demais também. parece que não te conheço mais, e às vezes até duvido que era você em minha vida. não nos falamos e nem sabemos o que se passa na vida de ambos, mas eu sei que você nunca vai embora da minha vida totalmente e essa é uma certeza que fica cada vez mais forte em minha mente. quando se aprende a conviver com a distância e a saudade, e com o fim de tudo principalmente, o que era ruim e incomodava passa a ser um fiel companheiro do coração. queria que você pudesse ler todas as linhas que te escrevo algum dia, e saber que eu nunca te esqueci e que eu estou seguindo minha vida aqui, como você pediu, forte e com a cabeça erguida desejando que você esteja feliz tanto quanto eu. queria poder te dar um abraço muito forte e sincero e dizer o tanto que eu quero ver você feliz. queria ter dito tudo isso antes, queria ter feito tudo isso antes, mas a mágoa demora passar, entende?

segunda-feira, 21 de junho de 2010

chega. - ou não.

essa agonia em te esperar em cada rosto que passa na minha frente. essa perda frequente do ar que eu amava tanto respirar só porque isso significava tentar encontrar teu cheiro em algum pedaço disso tudo. tudo isso não tem sido mais satisfatório, e por mais que eu ainda tente aceitar isso como se fosse a coisa mais natural do mundo, não dá mais. eu quero e mereço muito mais. eu sei, eu ainda quero muito você e todas as tuas manias chatas e bobas, e todos os teus cheiros e gostos e carinhos na parte mais molinha das nossas orelhas. eu quero tanto, tanto, e de tanto querer eu desanimei porque esperar você chegar me cansa, me deixa em estado constante de alerta. é uma coisa louca, totalmente insana. então eu decidi não esperar mais você, decidi viver sem aquele aperto constante no peito e aquela dúvida que tantas vezes foi minha fiel companheira, decidi não me importar mais com tudo que você faz. e ai, vai que a gente se esbarra por aí. vai que você decide se importar também só porque eu não me importo mais. vai que.. vai que nada, vai pra puta que pariu que eu tô indo viver minha vida.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

pra mim que você corre.

quando desencano, você encana e deixa tudo tão leve de novo. não tem coisa melhor que no fim da noite poder escutar baixinho aquelas suas coisas, aquelas nossas coisas. poder olhar e não ver mais nada além de você. "jura que vai me dar esse sorriso sempre?" - e não responder, apenas sorrir.. porque o motivo pra sorrir estava ali na minha frente e você jamais saberia que é você o motivo de todos os sorrisos, e também de todas as farpas que vezenquando eu deixo escapar pra que você também sinta uma dorzinha no peito. afinal, é pra mim que você corre quando se dá conta de que todas elas não valem nem um terço do que você precisa, do que você quer. é pra mim que você liga pra conversar, e é pra mim que você pede cafuné quando o mundo parece ter sido cruel demais com você. então vai, deita mais uma vez no meu colo e deixa que eu te cuido. deixa que eu te digo bem baixinho que tá tudo bem, tudo tão bem. te vejo dormindo, e juro que pra mim não tem nada mais lindo que isso, faz tudo parecer tão certo nesses momentos. eu saio devagarzinho do carro, tiro sua cabeça do meu colo e sem que você perceba entro dentro de casa indo dormir com aquele gostinho de que nada podia ter sido melhor. eu sei que você volta.

terça-feira, 15 de junho de 2010

volta, volta.

e eu me pego pensando em tudo que já passei. eu me pego procurando você em tudo que vejo pela frente, me flagro buscando te encontrar sempre em algum detalhe.. mas eu raramente te encontro. é como se fosse algo que eu pudesse ver claramente na minha frente mas eu não posso tocar com as mãos. é como se eu soubesse que ainda tem algo por vir antes de poder tocar você e poder ter você nos meus braços. e eu sei, sei que meu dia tá chegando porque eu acredito no que eu quero. por mais que digam, que critiquem e tenham opniões diferentes, o resto é resto pra mim.. e só. o que importa é como eu me sinto quando eu tô do seu lado, o que importa é o jeito que você sorri apenas com os olhos pra mim e o brilho do seu olhar que surge no nosso canto escuro, me lembrando que tem alguém aí dentro também. é tão bom aproveitar dias chatos do seu lado, porque aí eles já não são mais chatos. tenho me divertido mais do que nunca na vida, tenho cometido loucuras que jamais imaginaria antes. e eu me pego olhando pra todos esses erros, esses meus momentos de insanidade e amando tanto, e querendo tanto mais e mais.. que eu não tenho outra saída a não ser te dar um sorriso entre tantas ironias e farpas. eu sei que você volta, eu sei que vai chegar o dia que eu vou voltar a ser tudo aquilo que eu era, aquele meu jeito segura, feliz e desencanada vai voltar e aí.. aí vai ser bom demais, a chata vai finalmente poder ir embora e a gente vai se curtir demais. essa estranha que mora aqui dentro, que vive se privando da felicidade, que não tem humor algum, que implica e acha defeito em tudo.. ela vai ter que ir embora porque nem eu a suporto mais. eu cansei de me machucar por amores passados que deixaram mágoa e insegurança, que me deixaram assim, seca com tudo e todos. já chega, eu quero aquela divertida, aquela desencanada, aquela que ria e que tinha delicadeza nas coisas. volta, volta, já não tem mais o monstro por perto, pode voltar sem medo, esse corpo aqui espera anciosamente a sua volta.

terça-feira, 8 de junho de 2010

tão simples, tão boa.

Eu quero colocar um fim neste tormento de desejar tanto quem ainda tem tanto para desejar por aí. E aí eu me pergunto: pra quê? Se está tão bom, se é tão simples. Ele me ensinou que a vida pode ser simples, e tão boa. ( Tati Bernardi )


pra quê então deixar tudo isso de lado, não é? aproveitar cada segundo, viver como se não houvesse amanhã porque quem sabe o amanhã não chegue. tá na hora de ser MUITO feliz, ainda que seja essa felicidade momentânea, e muito fugaz.